Contribuir com uma das mais importantes necessidades ecológicas da atualidade, a manutenção da qualidade da água , é o principal potencial da mais recente conquista da área de Biotecnologia da Universidade de Caxias do Sul. Na última semana, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) conferiu patente de invenção a uma pesquisa executada por equipe do Laboratório de Enzimas e Biomassas do Instituto de Biotecnologia da UCS que resultou em uma tecnologia uso pela indústria da polpa de celulose e do papel e para a despoluição da água utilizada nas indústrias têxtil e papeleira, entre outras aplicações.
Com a concessão, que garante a propriedade intelectual da invenção resultante da pesquisa, a UCS fica autorizada a repassar, para qualquer empresa interessada em produzir em escala industrial, o know-how para o desenvolvimento das substâncias com emprego como material antipoluente e também utilizáveis na produção do papel. O prazo para a Universidade é de 20 anos, a contar da data de depósito da patente (3 de abril de 2007).
Em suma (veja detalhes abaixo), a pesquisa em laboratório detectou que a adição de diferentes concentrações de metais durante o cultivo sólido do fungo Pleurotus sajor caju, uma espécie de cogumelo comestível, superpotencializa a produção de enzimas capazes de atuar na descoloração de corantes e de moléculas poluentes da água, presentes como efluentes das indústrias têxtil e papeleira.
“Estamos nos adiantando no tempo. Essas pesquisas são uma resposta ao compromisso da Biotecnologia com o meio ambiente”, define o coordenador da pesquisa e do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da UCS, Aldo Dillon, sobre o processo de produção e sistematização do conhecimento científico e sua disponibilização à sociedade – etapas que caracterizam a missão institucional da UCS. De acordo com ele, a descoberta disponibiliza ao mercado uma tecnologia eficiente e economicamente viável, com contribuições para o setor produtivo, “mas também para a causa ambiental, por possibilitar a diminuição de poluentes e, por consequência, diminuir o impacto dos efluentes industriais”.
Na indústria têxtil, por exemplo, cujos processos são bastante poluentes, visto que de 10 a 15% dos corantes não são fixados durante o tingimento e passam a ser componentes dos efluentes, o uso das enzimas resulta em maior eficiência para o tratamento de efluentes relacionados a presença de corantes. Na indústria papeleira, os agentes biológicos sobre os quais atuou a pesquisa da UCS têm a capacidade de quebrar moléculas orgânicas responsáveis pela poluição da água, também largamente geradas durante a produção de papel e derivados.
Fonte: Assessoria de Comunicação- UCS