Eles não têm medo de altura, superam o medo e se divertem pelos ares. Os acrobatas que garantem a magia do Simplesmente Natal, espetáculo apresentado em frente à Catedral de Pedra de Canela como parte da programação do 27º Sonho de Natal de Canela, são um show à parte. Jovens e ousados, têm merecido aplausos de públicos do mundo inteiro. Europa e América Latina já aplaudiram especialmente o móbile humano e a descida do Papai Noel de rapel – uma tradição desde as primeiras edições do evento.
Diretora de coreografia e Concepção, Lisiane Urbani – também diretora da D’Arte Multiarte, empresa que assina a direção artística do evento – conta que a coreografia foi montada em 2013. “No primeiro ano, estudamos o elemento cênico, em que os acrobatas estavam sendo erguidos em forma de laboratório”. Segundo ela, todos estudaram as diferentes possibilidades de se movimentar com as devidas limitações. “Com esse estudo e a música escolhida, dirigi e compus a coreografia juntamente com o grupo”, explica.
O espetáculo envolve 12 acrobatas em revezamento, cinco riggers (técnicos de trabalho em altura) para conferência técnica de cada um desses artistas, quatro pessoas para a montagem do elemento cênico que compõe o móbile, cinco responsáveis pelo guindaste e Lisiane no comando da movimentação do móbile, conduzindo o técnico que opera o guindaste.
O elenco e a preparação do show do móbile levaram aproximadamente dois meses para serem concebidos. Para a escolha dos integrantes, houve até mesmo disputa de vaga. Eles realizaram curso de certificação da NR35 – para trabalho em altura – e ensaios. “Tivemos que ter bastante paciência e calma no começo. Como está sempre em movimentação circular, alguns tiveram mal-estar, o que tornou o procedimento delicado e demorado, até que todos se adaptassem.”
Quando o guindaste do show chega, um dia antes da estreia, é que os integrantes passam a trabalhar em 45 metros de altura, tornando ainda maior a dificuldade pela adrenalina. O veículo, da Darcy Pacheco – Soluções de Peso de Porto Alegre e chega a Canela após quatro horas de viagem e ainda com a missão de 1h30 para patolar no local. O móbile vem de um pavilhão e é montado assim que o guincho suspende os cabos e as marionetes feitas pela equipe de riggers. “Só então, ao final do dia, o elenco chega e se prepara com figurino e aquecimento, coloca as devidas cadeirinhas e passa pela conferência da equipe especializada. Nesse momento, uso o rádio em contato direto com o condutor do guindaste, vou até o meio da plateia e passo a dar os tempos de movimentação do móbile”, explica a diretora.
Para 2015, ela promete novidades. “Nossa cabeça não para um minuto se quer. Temos muitas coisas já roteirizadas, mas que devem ser lançadas aos poucos. Pensamos que devemos fortalecer nossas atrações já existentes para uma formação de plateia e de acordo com a captação de verba, incrementar o evento com novidades a cada ano, tornando-o ano após ano mais sustentável e encantador”, conclui.
Crédito fotos: Sérgio Azevedo